| NOTAS: | Transcrição do artigo da ''Técnica: revista de cultura técnica e económica, Nº 221 (Abril 1952) pp. 373-383
A pedido da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico, o professor José Nascimento Ferreira Dias intervém no Ciclo de Conferências sobre Economia Nacional, organizado em 1952 por aquela Associação, com o tema ''O fomento nacional no campo industrial e energético''.
Ao longo do seu discurso Ferreira Dias reage contra a ideia enraizada de que Portugal é um país essencialmente agrícola, argumentando que a irregularidade do nosso clima é incompatível com boas colheitas e acrescenta que “temos bom tempo mas mau clima”.
Expõe as suas ideias sobre o desenvolvimento económico e desmistifica os problemas que correntemente são apresentados como obstáculo ao fomento industrial, dividindo-os em duas categorias: “dificuldades convencionais” – “a falta de carvão e a falta de matérias-primas” (e, a este nível compara o nosso país com a Suíça, a Dinamarca ou a Inglaterra, dizendo sobre esta que “se a Inglaterra vivesse hoje exclusivamente das suas matérias-primas seria um país de pastores a tocarem gaita-de-foles”) – e “dificuldades reais” – “a falta de tradição, a falta de mercado e a falta de dinheiro”.
Quanto à electrificação, que no pensamento económico do autor está sempre presente como factor fundamental do desenvolvimento industrial, relembra a insuficiência das realizações em curso, cujas orientações apontam no sentido da construção “das grandes centrais, das grandes linhas e das grandes subestações”, sendo obrigatório o desenvolvimento de uma rede de distribuição que leve que permita a toda a população portuguesa o acesso à electricidade.
por Fátima Mendes |
